publicado em 27/10/2011 - por Roberto Moreira
O senador Inácio Arruda, do PCdoB, é um homem limpo. Tem uma história inatacável. Construiu a vida pública defendendo os pobres, favelados e oprimidos.
O senador comunista fez uma defesa emocionada no Senado Federal do seu companheiro Orlando Silva, o ministro demitido “pela grande imprensa”, como justificou em seu pronunciamento. “O policial João Dias é um bandido, corrupto e ladrão. Foi denunciado pelo ministro Orlando Silva e tem que devolver R$ 3,5 milhões que roubou do governo federal”, bradou um Inácio Arruda revoltado. “O ministro Orlando Silva é um homem honesto, de luta, de respeito e quer tudo apurado”, esclareceu o senador o ponto de vista dele e do seu partido.
As razões que Inácio Arruda pondera para fazer a defesa de Orlando Silva são significativas para o partido, afinal, o PCdoB, segundo ele, jamais defenderia coisa errada.
O que intriga os comunistas é a força com que o soldado João Dias penetrou nas mídias, principalmente na grande imprensa. “Como explicar a credibilidade junto aos órgãos de comunicação de alguém que reconhecidamente é desonesto”? Para justificar sua passagem pelo PCdoB, Inácio Arruda afirmou que foi um equívoco já que ele mesmo disse não ter militância. “João Dias se filiou para disputar uma eleição”, finalizou o senador, dizendo que o próprio policial teria feito tal afirmação.
A explosão de acusações contra Orlando Silva nasceu sob o manto de interesses maiores, como a Copa do Mundo e a Copa das Confederações. Os dois eventos são de alto interesse comercial e Orlando Silva sempre defendeu os interesses do país.
Inácio Arruda concluiu sua defesa ponderando que a saída de Orlando Silva foi uma estratégia do partido para não punir uma pessoa inocente. O PCdoB concluiu que as denúncias não iriam parar, o que significaria desgaste. “No melhor momento da crise ele pediu para sair, com a decisão de apuração de toda história para que a opinião pública saiba como foi a trama”, disse.
O ministro que está entrando é político hábil. O deputado Aldo Rebelo não se curva aos caprichos de ninguém. Já presidiu uma CPI contra a CBF e o senhor Ricardo Teixeira. Sua nomeação demonstra que a presidente Dilma Rousseff continua acreditando no PCdoB e vai prestigiar a legenda. O currículo do novo ministro, que já foi presidente da UNE e da Câmara dos Deputados, assegura ao PCdoB a certeza do controle absoluto de todos os atos e decisões envolvendo a Copa do Mundo.
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