. Poços de petróleo em terra produziram 49.744 barris no Estado. Nos sete meses, foram 352.374 barris em terra, um recuo de10,2% em relação ao I período do ano passado. CID BARBOSA |
O Ceará produziu menos petróleo nos sete primeiros meses deste ano. De janeiro a julho, foram retirados das jazidas do Estado, em terra e mar, 1,51 milhão de barris de óleo, o que representa uma média de 7,1 mil barris por dia. Esse volume representa retração de 7,6% em relação a igual período do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo.
A produção no acumulado de sete meses divide-se entre 1,16 milhão de barris extraídos do mar, diminuição de 6,8% ante igual período do ano passado, e 352.374 barris de poços em terra, queda de 10,2%.
O ano já começou com resultados negativos, apontando uma queda de 29,1% em janeiro. Os volumes perdidos até conseguiram ser recuperados nos dois meses seguintes, mas os resultados de abril, maio e junho voltaram a por a produção para baixo. Somente no mês de junho, a redução foi de 26,6%, ou seja, foram produzidos 73,1 mil barris a menos.
Julho tem baixa
Apenas em julho último, foram 205.168 barris, a segunda menor produção mensal neste ano no Estado. Destes, 155 mil barris vieram de plataformas de exploração no mar e 49,7 mil barris de poços em terra. A queda na produção de petróleo no Ceará se explica pelo natural envelhecimento das jazidas em exploração, e pouca intensidade na perfuração de novos poços de petróleo.
Neste segundo semestre, a Petrobras, única empresa a realizar exploração de petróleo no Ceará, tanto em mar quanto em terra, pretende abrir outros 12 poços na Fazenda Belém, entre Icapuí e Aracati.
Queda constante
Desde 2003, observa-se a queda na produção de petróleo no Ceará. Naquele ano, foram produzidos 5,4 milhões de barris, volume que, em redução gradual ao longo dos anos, chegou a 2,9 milhões em 2010. Neste intervalo, a produção em terra registrou altos e baixos nos seus resultados, enquanto que, em mar, só houve decréscimo, saindo de 4,4 mi para 2,2 milhões.
A queda da produção de petróleo reflete, diretamente, nos repasses de royalties aos Estados e municípios beneficiários. O que é produzido em um mês gera compensações financeiras que serão entregues em dois meses, ou seja, a produção de junho vai gerar os royalties que serão repassados em agosto.
No País
A produção de petróleo da Petrobras no País atingiu o menor nível desde outubro do ano passado: 1,968 milhão de barris/dia em julho, o que representou queda de 3,8% frente ao mês anterior. Se comparado a julho de 2010, houve recuo de 1,84%.
Foi a primeira vez também, desde outubro, que a produção ficou abaixo de 2 milhões de barris/dia. Naquele mês, haviam sido extraídos 1,938 milhão de barris/dia.
A Petrobras atribuiu a retração a paradas programadas para manutenção em cinco plataformas. Fiscalizações da ANP, Ministério do Trabalho e Marinha interromperam atividade de algumas plataformas. "Coisas que não eram impeditivas, hoje, passam a ser. Não ter treinamento em trabalho em altura, não ter na plataforma certificado de treinamento de um profissional, assinatura ilegível na autorização, por exemplo", disse o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.
Exploração
12 Novos poços de petróleo serão abertos no segundo semestre deste ano pela Petrobras, entre Icapuí e Aracati
LOBÃO AFIRMA
´Pré-sal não é opção para financiamentos à saúde´
Edilson Lobão: Não podemos distribuir recursos que ainda não existem AGÊNCIA BRASIL |
Brasília/São Paulo. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que o pré-sal não é opção de nova fonte para financiamento da saúde brasileira porque o dinheiro da exploração desse petróleo ainda não existe.
"O pré-sal vai produzir daqui a sete, oito anos. Portanto, não podemos distribuir recursos que ainda não existem. A saúde precisa de recursos já, e o governo está preocupado com isso, procurando outras soluções", afirmou ele, após acompanhar o desfile de 7 de Setembro, em Brasília. Na semana passada, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu o pré-sal como uma das possíveis novas fontes de financiamento do sistema público de saúde. Ele sugeriu ainda o aumento de impostos sobre cigarro e bebidas.
Resistência
O governo discute uma nova forma de ampliar os aportes para o setor, mas a proposta de criação de um novo imposto enfrenta resistência de políticos da oposição e até da base do governo. Governadores, porém, defendem a ideia.
Lobão disse ainda que "não há a menor possibilidade" de a Petrobras financiar a saúde. "Os recursos da Petrobras são para investir na exploração de petróleo. A questão da saúde é do orçamento", avalia.
Vale negocia dívida
Poucos meses depois de assumir a direção da Vale, Murilo Ferreira está tentando resolver mais uma pendência herdada da administração passada: uma dívida de aproximadamente R$ 4 bilhões com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) referente à produção da mineradora de 2001 a 2007. Depois de já ter acertado uma conta de mais de R$ 5 bilhões com a Receita Federal no fim de julho, o presidente da Vale passou a focar a solução desse impasse, que envolve a cobrança de royalties.
De acordo com o DNPM, a mineradora e o órgão formaram no mês passado um Grupo de Trabalho com técnicos, representando os dois lados, que tentará, até o dia 12 de outubro, chegar a um consenso sobre o valor devido.
O embate não será fácil. No início desse ano, o ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, discordou sobre o valor da dívida, gerando um novo atrito para o já frágil relacionamento do executivo com o governo federal, o que ajudou a acelerar a sua substituição.
O DNPM declara que a base que foi utilizada pela mineradora para o cálculo da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), os royalties da mineração, não estava de acordo com a prevista pela legislação.
A CFEM é calculada sobre o valor do faturamento líquido da venda do produto mineral, que nada mais é que o valor de venda, deduzindo-se os tributos, as despesas com transporte e seguro que incidem no ato da comercialização.
No caso do minério de ferro, carro-chefe da Vale, o atual código prevê 2% sobre o faturamento líquido.
Fonte:http://diariodonordeste.globo.com
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