DN: Petista é contra o fim do bloco parlamentar na AL

A direção estadual do PT decidiu que o partido deveria ter a sua própria liderança na AL, mas nem todos aprovaram
Desnecessário. Foi como o deputado Dedé Teixeira (PT) definiu o fim do bloco PT/PSB na Assembleia Legislativa cearense. Se dependesse dele, os partidos continuariam juntos no Legislativo estadual. O anúncio da dissolução do bloco foi feito no dia 6 de julho, pela deputada Rachel Marques (PT), da tribuna da Casa, depois da decisão da direção estadual do partido. Na ocasião, a parlamentar disse que o motivo de dissolver o bloco é intensificar a defesa do PT.

A decisão foi tomada durante reunião do partido no dia 5 deste mês. Dedé Teixeira informou que não estava presente, mas se tivesse participado da reunião dos dirigentes partidários teria votado pela não dissolução do bloco. Ontem, durante pronunciamento, o petista informou que na próxima segunda-feira, ele, Rachel Marques e Antônio Carlos vão se reunir e definir quem será o líder e o vice-líder da bancada petista.

Dedé Teixeira informou que se tivesse participado da reunião dos dirigentes partidários, teria votado pela não dissolução do bloco FOTO: JOSÉ LEOMAR

Ele disse ainda ser natural que cada partido tenha seu posicionamento naquela Casa legislativa, entretanto considera o fim do bloco como algo "intempestivo e desnecessário", além de ser, para ele, uma "medida não inteligente". Isso porque, conforme analisa o deputado, esta é uma eleição (municipal) que só deverá ser definida no segundo turno, e quando o momento chegar PT e PSB podem estar em um mesmo palanque. "E se nós precisarmos dele (PSB) no segundo turno?", questionou.

Além disso, o petista destaca que a Executiva do partido reafirmou a aliança com o PSB no âmbito estadual e PT e PSB estão juntos em chapas majoritárias em muitos municípios cearenses. Por exemplo, citou Dedé Teixeira, em Sobral, Ipaporanga, Milagres e Pacajus, o candidato a prefeito é do PT e o vice é do PSB. Já em Aratuba, Jaguaribe e Itaitinga o candidato é do PSB e o vice é do PT.

Recesso
O parlamentar lembra que nos próximos meses que antecedem outubro, mês da eleição, a Casa terá um ritmo de trabalho reduzido. A partir do dia 18 deste mês até o início de agosto, a Casa estará de recesso parlamentar. No próximo mês, ressalta, a Assembleia deverá aprovar um calendário de atividades reduzindo o número de sessões e, faltando 15 dias para a eleição, a Casa deverá suspender suas sessões, já que os deputados, aponta, irão se dedicar ao máximo a este pleito.

Por conta disso, o petista não vê motivo para desfazer o bloco devido as discussões que serão puxadas devido a eleição. Antônio Carlos disse ter retornado à Assembleia para defender o PT e as administrações petistas, colocando-se favorável ao fim do bloco. O argumento do parlamentar é que não há como PT e PSB estarem em palanques separados na eleição em Fortaleza e o bloco, que tem como líder um deputado do PSB, vir fazer qualquer defesa do PT quando o partido receber críticas por conta do período eleitoral.

Em um outro pronunciamento na Casa, Dedé Teixeira enfatizou que as questões locais não impedem a relação construída entre a aliança do PT e PSB no Estado, deixando claro que a aliança dos dois partidos, no Ceará, é mais importante do que "firulas e questões pequenas de um município ou de outro".

Defesa
Antes de falar sobre a dissolução do bloco, o deputado Dedé Teixeira fez a defesa da administração de Fortaleza, acusada pelo deputado Fernando Hugo (PSDB) em relação à licitação da AMC, para o serviço de iluminação pública da Capital, com suspeita de direcionamento para a empresa Citéluz.

De acordo com o deputado Dedé Teixeira (PT), a administração municipal tem agido, em relação a esse certame, dentro do que preza a Lei das Licitações, 8.666.A Citéluz foi desabilitada exatamente por conta do documento em francês que não possuia tradução juramentada, como informou Fernando Hugo.

Para o deputado Fernando Hugo, agora, sem qualquer meio de fazer a Citéluz voltar ao certame, está sendo arquitetado pela Prefeitura uma anulação dessa licitação para, em abrindo um outro processo a Citéluz possa participar e consequentemente vencer para continuar trabalhando para a Prefeitura. 
Fonte: Diário do Nordeste