17:00 | 10/06/2017
Absolvido em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última sexta-feira, Michel Temer pode não ter mais que o fim de semana para comemorar decisão dos ministros. Com diversos outros questionamentos “na fila”, vitória na Justiça Eleitoral pode até ter aliviado pressão sobre o Planalto, mas está longe de “livrar” o presidente da crise que ronda o governo.
Com votações essenciais para sua governabilidade a vista, governo ainda enfrentará repercussões da prisão de aliados e avanço da delação do lobista Lúcio Funaro, além da possível apresentação de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) nos próximos dias. Todos testes que devem tornar pequena a vitória no TSE.
Primeiro dos desafios de Temer começa já nesta segunda-feira, quando o PSDB se reunirá para definir nova postura da sigla com o governo. A expectativa é de que o partido, maior fiador de estabilidade ao governo no Congresso, deixe a base aliada.
“A cada dia é um fato novo, não vai parar de ter fato novo nunca. Isso vai mudando a cabeça dos senadores. Segunda-feira é o limite do PSDB”, disse semana passada o senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino da sigla. “Se o TSE absolver Temer e Dilma, a casa cai”, disse o tucano.
Nona maior bancada da Câmara com 23 deputados, o PRB também marcou reunião para esta segunda - horas depois do encontro do PSDB. “Estamos acompanhando o movimento dos demais partidos”, diz o líder da legenda, Cleber Verde (MA).
Vice-líder do PSD na Câmara, o deputado Domingos Neto (CE) diz, no entanto, que o “sentimento” entre a bancada é que o PSDB não deixará o governo na segunda. O deputado também avalia que, mesmo com a saída, o governo continua com condições de se manter.
O ponto chave seria que, mesmo deixando a base, o PSDB teria se comprometido a votar com o governo nas reformas trabalhista e da Previdência - projetos que, com grande apoio do empresariado, dão hoje “sobrevida” ao Planalto no Congresso.
Impeachment
Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia tem opinião diferente. “É bastante claro que o presidente perdeu completamente a condição de seguir no cargo (...) que pacificação (de crise) se espera de um governo que não consegue sequer 10% de aprovação?”, disse ao O POVO.
Ele assina pedido da Ordem pelo impeachment de Temer na Câmara dos Deputados, uma das dezenas de ações semelhantes que devem voltar à pauta nesta semana. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) aguardava decisão do TSE para retomar análise dos pedidos.
O presidente da Câmara – um dos principais aliados e articuladores de Temer no parlamento – tem evitado fazer quaisquer comentários sobre os pedidos ou sobre decisão do TSE.
“Qualquer decisão que saia do TSE tem de ser respeitada (...) sempre tento não ser comentarista de decisões de outro Poder”, avalia o presidente da Câmara. (com Agência Estado)
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