As divergências continuam ainda mais profundas sobre a vinda de profissionais de outros países
O
Programa Mais Médicos do Governo Federal voltou a ser pauta dos debates
da Assembleia Legislativa, na manhã de ontem. Enquanto uns defendem a
proposta, outros continuam a criticar a falta de revalidação do diploma
para médicos estrangeiros atuarem no Brasil. O deputado Roberto Mesquita
(PV) foi à tribuna fazer a defesa do presidente do Sindicato dos
Médicos do Ceará, o ex-vereador José Maria Pontes.
O
petista Dedé Teixeira defendeu a importação de profissionais e lembrou
que os médicos cubanos têm formação voltada à saúde da família FOTO:
JOSÉ LEOMAR
"O José Maria Pontes juntamente com as
associações e sindicatos de médicos são a favor de que profissionais de
medicina vão aos lugares abandonados. Ele diz não ser contra o programa,
mas a favor da Lei e dos Direitos Humanos", ressaltou Mesquita,
afirmando ainda que o Mais Médicos fere as leis do País. "Se só levar o
profissional e não dar a estrutura para o Interior os problemas
continuarão", defendeu o parlamentar.
Segundo disse, lendo nota
do presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, é importante a
aprovação dos médicos através do Revalida, visto que o importante é a
vida das pessoas. Ele ressaltou ainda que qualquer trabalhador vindo de
outro País deve trabalhar junto com os brasileiros dentro das leis
brasileiras.
"Esses médicos de Cuba além de não receberem
salários estão com sua liberdade cerceada porque não podem casar aqui e
nem ter filhos para não ter direito de vir morar aqui. Eu vejo os
comentários dos juristas onde eles se posicionam radicalmente contra
essa situação. Como vem um trabalhador para o Brasil e não pode sequer
viajar", disse.
Eleitoreiro
Para a
peemedebista Silvana Oliveira, o programa Mais Médicos é eleitoreiro.
Ela defendeu concurso público e a realização do Revalida e disse que
nenhum profissional público estaria recebendo os R$ 10 mil para
exercerem tal função.
O petista Dedé Teixeira criticou o
posicionamento do Sindicato dos Médicos do Ceará e ressaltou que a falta
de médicos no Brasil é grave, afirmando ainda que existe emergência
para que a proposta seja implantada sem a necessidade de revalida.
Segundo
ele, os estudantes de medicina do País cubano tem uma formação voltada
para a área de saúde da família, com conhecimento em pequenas cirurgias,
pediatrias e obstetrícia. Conforme defendeu o parlamentar, a taxa de
mortalidade é de 4,6 e a expectativa é de 79 anos. Já no Brasil, a taxa
de mortalidade é de 15,6%. "Em vinte anos os médicos cubanos atenderam
mais de 25 mil pacientes que sofreram com o acidente de Chernobyl. Cuba é
o único País da América Latina que configura entre os dez melhores em
saúde e educação", ressaltou o petista.
"O que Cuba está fazendo é
uma ação desumanizada. O Governo está ganhando dinheiro em cima de sua
população. Aqui o Governo brasileiro forma médico e nem por isso os
escraviza", reclamou João Jaime. Fernanda Pessoa (PR), por sua vez,
ressaltou que o que falta é a instituição da carreira de médico.
Ely
Aguiar (PSDC), porém, disse que as manifestações do Sindicato dos
Médicos desgastou o Estado do Ceará, ressaltando que José Maria Pontes
destratou seus colegas médicos, ainda que sejam de outro País. "Na
realidade os médicos cubanos são vítimas de seu Governo e vieram para
esse País para suprir uma deficiência.
Fonte: Diário do Nordeste
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