Proposta estava engavetada há sete anos e foi votada como reação ao dano causado pelo caso Natan Donadon
Numa resposta politicamente calculada ao dano de imagem gerado pela
manutenção do mandato do deputado Natan Donadon, a Câmara aprovou na
noite de ontem o fim completo do voto secreto no Congresso. A proposta
estava engavetada havia sete anos, depois de ter sido aprovada em
primeiro turno em setembro de 2006.
O sigilo do voto é
visto, pelos próprios parlamentares, como causa do resultado favorável a
Natan Donadon, preso desde junho, condenado por desvio de dinheiro
público.
A decisão, que também se aplica a assembleias
legislativas e câmaras municipais, atinge votações de cassações de
mandatos e análises de vetos presidenciais, entre outros pontos hoje
votados de forma sigilosa.
A votação em plenário contou com
folgada maioria após acordo de líderes pela aprovação do texto. Foram
452 votos a favor. Entre eles, o do deputado Pedro Henry (PP-MT),
condenado no processo do mensalão e que poderá passar por processo de
cassação na Casa. Os demais deputados condenados no escândalo, João
Paulo Cunha (PT-SP), José Genoíno (PT-SP) e Valdemar Costa Neto (PR-SP),
não votaram. Genoíno está em licença médica. A proposta, contudo, ainda
terá de passar pelo Senado antes de entrar em vigor.
Lenta tramitação
A
proposta aprovada ontem a PEC 349, apresentada em 2001 pelo ex-deputado
Luiz Antônio Fleury (PTB-SP). Desde 2006, aguardava ser pautada pela
presidência da Câmara para ser votada em segundo turno. Com a falta de
consenso sobre o tema, a proposta foi abandonada. Somente ontem, sua
“ressurreição” foi discutida politicamente na Câmara. A decisão de
colocá-la em votação foi anunciada pela manhã pelo presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e ratificada pelos líderes
partidários no início da tarde.
Fonte: Jornal O POVO
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