A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) abriu investigação sobre uma conduta do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), que levou à interdição da pista do aeroporto de Salvador por cinco minutos e obrigou um avião a arremeter e outro a abortar seu procedimento de pouso.
O episódio aconteceu às 13h17 da última sexta-feira, quando Cid desembarcou de um jato fretado para participar de evento com a presidente Dilma Rousseff na Bahia.
André Borges/Folhapress |
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) |
Segundo a Anac, dois passageiros deixaram o modelo Cessna Citation, prefixo PR-JAP, da empresa TAF (Táxi Aéreo Fortaleza), vindo do Ceará, sem esperar o taxiamento e a parada da aeronave.
A Infraero confirma que um deles era o governador, que saiu andando pela pista em direção à Base Aérea de Salvador, onde estava Dilma e o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).
O caso foi relevado na edição de ontem do jornal "O Globo". Um funcionário do local ouvido pela Folha diz que Cid estava apressado para saudar a presidente.
Os dois voos prejudicados pelo "tráfego de pessoas" foram da Avianca (vindo de Guarulhos) e da Gol (Recife).
Caso seja caracterizada a irregularidade do procedimento, a TAF e o comandante do avião executivo poderão sofrer punições como multa, suspensão e até cassação de seus certificados.
O Código Brasileiro de Aeronáutica proíbe a "execução de serviço aéreo de forma a comprometer a ordem ou a segurança pública, ou com violação de norma de segurança dos transportes".
Procurada, a empresa informou que o assunto está sendo tratado pelo governo do Ceará. "Foi um ato isolado dele [Cid]", acrescentou a empresa, via assessoria.
O piloto do Cessna ainda não foi ouvido pela empresa.
Procurado por meio da assessoria do governo do Ceará, Cid não se manifestou ontem.
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