Morre o Professor e Pesquisador Jaime da Cunha Rebouças

Faleceu nesta sexta-feira, dia 06 de abril de 2012 em Fortaleza, Capital do Estado, o Professor e Pesquisador Jaime da Cunha Rebouças (Jaime Cunha).
O Professor Jaime Cunha nasceu na vila de Peixe Gordo, município de Icapuí em 01 de setembro de 1938. Era filho do Pedreiro e autodidata João Cunha Rebouças e da Sra. Maria do Carmo Rebouças. O Professor Jaime Cunha teve uma vida pautada na educação, um legado deixado pela visão futurista de seus pais que se esforçaram para educar os dezesseis filhos em uma região de recursos limitados para a época.

Jaime graduou-se em História Natural pela Universidade Católica de Pernambuco e Pós-Graduado em Ecologia, pela Académie de Montpellier, na França, com especialização em diversas áreas de conhecimento, como em Antropologia Cultural no Collegio Internazionale di Roma, na Itália.
Filho de Icapuí, o Professor Jaime foi um amante das coisas de Icapuí, sua “aldeia natal”, como ele mesmo costumava dizer. Há anos, por sua própria conta, dedicava-se ao estudo da história e da memória da região, tornando-se assim, detentor de um acervo inestimável para o entendimento das raízes históricas de nossa gente e de seu território. Com especialidade nos estudos de genealogia, seu Projeto “Nossas Origens” conta hoje com milhares de pessoas e famílias cadastradas em um complexo sistema de cruzamento de dados através do qual hoje é possível que os filhos de Icapuí possam conhecer melhor suas origens por meio do estudo de suas famílias.

Em seus dias de visitas à singela aldeia de Peixe Gordo, terra de muitos filhos ilustres, sempre recebia inúmeros professores e pesquisadores orientando-os em seus trabalhos, estimulando-os a dedicarem-se ao crescimento pessoal e profissional por meio da educação. Incontáveis vezes esteve nas escolas locais, a convite de seus gestores, para impressionantes palestras sobre a memória, a história e as estórias de Icapuí, projetando realidades escritas, descritas, sonhadas. A história... Onde ela nos levará? Para onde queremos ir? Perguntas. Novas perguntas.
Mas assim vamos a tecendo, como na construção de uma imensa rede. Um nó de cada vez, não mais como uma única narrativa, mas como fruto de inúmeros olhares, tornando-nos assim co-autores (pesquisadores) de nossa historia. Como pessoas, como aldeias, como país. “Ninguém sabe aonde está indo, até saber de onde veio.” O Professor Jaime Cunha soube de onde veio e aonde quis chegar!

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Por Manuel de Freitas Filho
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