sábado, 3 de setembro de 2011

Banheiros: Dossiê está pronto para relatoria

O Ministério Público de Contas vai pedir a inclusão de outros integrantes da Associação de Pindoretama na lista de responsabilizados, que conta com servidores da Secretaria das Cidades


Material para construção de kits sanitários foi armazenado ás pressas em um motel inacabado. O local funciona como sede improvisada da Associação Cultural de Pindoretama, responsável pela obras (SARA MAIA)
Material para construção de kits sanitários foi armazenado ás pressas em um motel inacabado. 
O local funciona como sede improvisada da Associação Cultural de Pindoretama, responsável
pela obras (SARA MAIA)



Cerca de 50 dias após ter surgido como a ponta do novelo de um escândalo, o episódio dos kits sanitários em Pindoretama aproxima-se de um desfecho. Já está pronto o relatório da inspetoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que confirma a ausência de banheiros prometidos pela Associação Cultural de Pindoretama – denunciada pelo O POVO em julho. 

No início da semana, o dossiê chegou à mesa do conselheiro Edilberto Pontes, relator do processo, e logo seguiu para o Ministério Público de Contas (MPC), que decidiu pedir a inclusão de outros nomes na lista de pessoas responsabilizadas pela irregularidade: o secretário da Associação e os membros do conselho fiscal, que se juntarão a servidores da Secretaria das Cidades (que liberaram o dinheiro para as obras), e de outros membros da Associação.

Até a próxima terça-feira, o documento deve voltar às mãos de Edilberto Pontes, que dará início à coleta de depoimentos dos envolvidos e, só depois, emitirá um parecer que será votado no plenário do TCE.

O caso dos banheiros de Pindoretama foi o primeiro a emergir e acabou trazendo à tona indícios de desvio de verba pública em outras dezenas de municípios cearenses. Lá, a presidente da Associação, Renata Guerra, recebeu R$ 400 mil da Secretaria das Cidades para construir 200 kits sanitários, que não foram erguidos. Ela era funcionária do Cerimonial do TCE, mas foi exonerada após o início das denúncias.

O relatório sobre o caso ainda é mantido sob sigilo. Entretanto, O POVO apurou que o texto não atribui responsabilidades ao presidente afastado do Tribunal, Teodorico Menezes – cujo nome foi envolvido no escândalo após a constatação de que várias associações suspeitas eram presididas por seus familiares e funcionários. As mesmas pessoas também são identificadas como doadoras de campanha do filho de Teodorico, deputado estadual Téo Menezes (PSDB).

Além do caso de Pindoretama, o TCE apura outros 102 convênios entre associações e Governo do Estado.
Hébely Rebouças
hebely@opovo.com.br
Fonte: O POVO OLINE  

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