segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Icapuí recebeu 949 mil reais em royalties nos oito primeiros meses de 2013

Mesmo não ficando entre as prefeituras que mais recebem royalties no País, as administrações municipais cearenses têm hoje esse repasse como um complemento significativo do orçamento. Embora não gere tanto impacto no planejamento financeiro da Capital, o recurso é responsável pela realização de uma série de pequenas intervenções em cidades menores.
Ao todo, os municípios cearenses receberam, de janeiro a agosto deste ano, R$ 27,37 milhões em royalties, sendo Fortaleza, Aracati e Itapipoca os que obtiveram os maiores repasses.
Em geral, afirma o consultor econômico da Associação de Prefeitos do Ceará (Aprece), Irineu de Carvalho, os royalties são utilizados pelas administrações municipais em obras voltadas a infraestrutura. Ele destaca que, por lei, os recursos não podem ser utilizados para o pagamento de funcionários.
Em Fortaleza, por exemplo, os recursos são utilizados "para pagamentos de despesas diversas como compra de brita e outros materiais para calçamento de vias", segundo informações da Secretaria de Finanças da Capital (Sefin). O repasse, entretanto, não fica entre as principais fontes de receita do Município, que recebe valores bem mais expressivos com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Municípios menores
Embora as outras administrações municipais recebam menos royalties do que a Prefeitura de Fortaleza, a participação do recurso no orçamento delas é significativa. "É um repasse importante, que faz diferença", diz o prefeito de Aracati, Ivan Silvério.

Ele informa que os recursos são comumente utilizados em obras voltadas a logística ou turismo, como ampliação de ruas e recuperação de calçamentos, além de também poderem ser usados para complementar a verba destinada a construção de escolas e creches, por exemplo.

Aracati é uma das cinco cidades brasileiras que têm recebido o repasse através de depósito judicial. Desde janeiro, o município recebeu R$ 6,21 milhões em royalties dessa forma, além de repasse de R$ 2,27 milhões.

No País
Dos 11 governos estaduais que receberam royalties nos oito primeiros meses de 2013, o do Ceará foi o terceira a obter menos recursos, ficando à frente das administrações de Paraná (R$ 3,56 mi) e Maranhão (R$ 9,73 mi).

A administração que recebeu o maior volume de recursos foi a do Rio de Janeiro (R$ 1,9 bilhão), sendo seguida pela do Espírito Santo (R$ 475,28 milhões). O montante recebido pelo Ceará nesse período corresponde a 0,4% dos R$ 3,08 bilhões recebidos por todos os governos estaduais.

Maiores repasses
Fortaleza R$ 11,42 milhões

Aracati R$ 8,49 milhões

Itapipoca R$ 2,16 milhões

Trairi R$ 1,95 milhão

Paracuru R$ 1,49 milhão

Itarema R$ 1,34 milhão

Horizonte R$ 1,06 milhão

Icapuí R$ 949 mil

Caucaia R$ 854 mil

São Gonçalo R$ 427 mil

Menos recursos para poço na terra
A Petrobras irá reduzir, até o ano de 2016, um montante de R$ 5,2 bilhões nos custos das atividades de exploração e produção de poços terrestres. A informação, dada sexta pelo representante do Conselho de Administração da empresa, José Maria Rangel, foi um dos motes do encontro que reuniu, em Fortaleza, dirigentes e assessores da Federação Única de Petroleiros (FUP) e sindicatos da categoria de estados do Norte, Nordeste e norte capixaba. Do encontro, será produzido um documento de demandas do setor a ser enviado à Petrobras, exigindo a manutenção de investimentos nas regiões.

O Ceará, que produz petróleo em terra na Fazenda Belém, localizada em Aracati e Icapuí também é afetado pela medida, que faz parte do Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop), um dos programas estruturantes do Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2012-2016 da estatal, prevendo, conforme a empresa, a redução do crescimento dos seus custos operacionais na ordem de R$ 32 bilhões entre 2013 e 2016.

Conforme divulgou a estatal, quando do anúncio do Procop, no fim do ano passado, o programa tem três objetivos principais: aumentar a geração de caixa no horizonte do PNG 2012-2016, elevar a produtividade de suas atividades e reforçar o modelo de gestão voltado para a eficiência em custos. A contenção abrange as atividades no Brasil, nas áreas de Exploração e Produção, Abastecimento e Gás e Energia, incluindo logística operada pela subsidiária Transpetro, atuando ainda nos processos de suporte às operações, como suprimento de materiais, estoque de peças e combustíveis e tecnologia da informação.

Prejuízos
O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Ceará e Piauí (Sindipetro-CE/PI), Orismar Holanda, informa que já houveram algumas demissões em empresas terceirizadas, tanto em exploração e produção em terra, na Fazenda Belém, como na área de biocombustíveis, em Quixadá. Segundo o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, a redução nas atividades de exploração e produção terrestre veio como consequência do maior foco no pré-sal. (SS).
Fonte: Diário do Nordeste

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