Ministro mais antigo do STF, Celso de Mello já se manifestou sobre embargos infringentes em outras ocasiões
Ficou para a semana que vem o voto do ministro Celso de Mello, que
decidirá se o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitará ou não os embargos
infringentes, recursos que permitem que 12 dos 25 condenados no
mensalão tenham direito a um segundo julgamento para certos crimes. A
sessão de ontem acabou empatada em 5 votos a 5. Ministro mais antigo do
STF, Celso tem sido e deve continuar, ao longo da semana, alvo de
pressões, tanto favoráveis quanto contrárias aos recursos.
Após
a sessão, Celso de Mello afirmou que não pode antecipar voto, mas
admitiu que já tomou a decisão, está com o texto pronto e não cederá a
pressões. Ele mesmo lembrou que já tratou do tema em outras
oportunidades. Por duas vezes, Celso defendeu que os embargos
infringentes são cabíveis. “Não vejo razão para mudar (o entendimento).
Eu tenho meu texto já pronto, preparado, ouvi atentamente todas as
razões constantes dos votos, tanto do relator como daqueles que divergem
do relator, formei minha convicção e na próxima quarta-feira irei expor
de maneira muito clara, muito objetiva todas as razões que me levam a
definir a controvérsia que está agora em exame”, afirmou o ministro.
Como
explica o advogado Djalma Pinto, embargos infringentes são recursos
previstos no regimento interno do STF. “Uma parte dos ministros entende
que esses recursos foram revogados por uma lei de 1990, que disciplinou
as ações penais que têm curso no STF. A outra parte dos ministros
entende que não, que essa lei não revogou o regimento interno do STF e,
portanto, as partes interessadas podem se utilizar desses embargos
infringentes”, defendeu.
Para ele, o ministro Celso de Mello
“possivelmente” vai admitir os embargos, pois já manifestou opinião
sobre o tema em situações anteriores. Caso isso ocorra, o STF vai
reabrir o julgamento dos réus que tiveram quatro votos favoráveis em
suas condenações. “Eles vão ter possibilidade de redução ou exclusão da
pena”, afirma Pinto. Na avaliação dele, essa possibilidade gera desgaste
“muito grande” para a imagem do Judiciário.
O professor de
Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Valmir Pontes Filho,
defende que, se a Corte admitir os embargos, haverá “protelação
indefinida” do julgamento e “frustração enorme” para a população. “Eu
penso que o decano é um homem a quem as pressões não atingem. Tenho
expectativa de que ele manterá a decisão anterior da Corte”. (Lucinthya Gomes, com agências de notícias)
SERVIÇO
Sessão que irá desempatar votação
Quando: próxima quarta, 18
Onde: plenário do STF
Horário: 14h30min
Informações: www.stf.jus.br
Visto no Jornal O OPOVO
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