Melões do solo cearense já chegam às mesas da China
07.02.2013
O melão que os asiáticos gostam é o da variedade Cantalupe Amarelo, mas a Agrícola Famosa já testa outras variedades
Berlim. Usando "segredos profissionais" que envolvem uma "logística de transporte exclusiva", a Agrícola Famosa - maior produtora e exportadora brasileira de melão, com fazendas de produção em Icapuí, Quixeré e Tabuleiros de Russas, no Ceará - começou a exportar para a China, onde essa fruta é muito consumida e por isto mesmo vale quase como ouro. Falando com todo esse entusiasmo, o diretor comercial da empresa, Carlo Porro, informou ontem, ao Diário do Nordeste, que a primeira exportação de melão para os chineses foi feita em novembro passado e demorou 34 dias para chegar no continente asiático.
O empresário Carlo Porro participa da Fruit Logistica, em Berlim, onde trata de negócios com representantes de várias empresas europeias Fotos: Divulgação
Porro revelou que da fazenda da Agrícola Famosa, em Icapuí, até o Porto de Santos, em São Paulo, "foram quatro dias de caminhão". Depois, mais 30 dias de navio até o destino final na China. "Mandamos 25 contêineres de 40 pés e todo o carregamento chegou em excelentes condições, sendo imediatamente distribuída ao mercado consumidor pelo importador", detalhou Carlo Porro.
Ele adiantou que sua empresa - diante do êxito da logística - pretende agora ampliar suas exportações para outros países da Ásia. Os asiáticos adoram melão. Para que se tenha uma ideia dessa preferência consumidora, basta dizer que, em Tóquio, no Japão, a fruta pode custar de US$ 50 a US$ 100, dependendo do seu tamanho. O diretor comercial da Agrícola Famosa está em Berlim, participando da Fruit Logistica e mantendo - como aconteceu ontem - "reuniões uma atrás da outra" em seu estande, no Pavilhão 23 do Messe Berlim, o gigantesco Centro de Eventos da capital alemã.
Participantes europeus folheiam a revista Frutos do Ceará, do Diário do Nordeste
Carlo Porro disse, após uma dessas reuniões com importadores europeus e asiáticos, que, no próximo sábado, viajará para Londres, para contatos com importadores do Reino Unido, devendo, em seguida, tomar o rumo de Pequim, "para novos contatos com os importadores chineses", revelou.
Remessa semanal
Mas ele deixou escapar a notícia - motivo de sua viagem à capital chinesa - de que está perto de celebrar um contrato para a exportação semanal de 25 contêineres de 40 pés, "só de melão para a China". O melão que os asiáticos gostam é o da variedade Cantalupe Amarelo, mas a Agrícola já testa outras variedades, "tudo para satisfazer o mercado asiático, que paga 25% a mais do que o europeu pelo melão brasileiro". Para que os novos negócios de sua empresa com os chineses deem certo, será necessário "vencer o grande desafio, que são a pós-colheita e a logística de transporte, que envolve longo tempo de viagem da fruta, algo que já estamos vencendo com nossa própria criatividade", afirma Porro.
Custos
Além da China, há outros desafios que a Agrícola Famosa também terá de superar, um dos quais é o aumento dos custos da próxima safra 2013/2014. Entre esses custos, ele cita o do frete rodoviário e marítimo por causa do recente aumento dos preços dos combustíveis e também porque o Brasil perdeu o benefício do Forma, uma taxa que voltará a ser cobrada pela Comunidade Europeia. "Isso elevará em US$ 1 o valor do frete marítimo", salienta.
EGÍDIO SERPA COLUNISTA
O jornalista viajou a convite do Sebrae-CE
Diário apresenta revista em Berlim
Berlim. Foi distribuída ontem na Fruit Logistica, maior feira de frutas e hortaliças do mundo, a revista Frutos do Ceará, editada pelo Diário do Nordeste especialmente para o evento. É a terceira vez consecutiva que essa publicação é feita para divulgar, entre os importadores, técnicos, cientistas e demais profissionais presentes à feira, os avanços que o Estado do Ceará e seus empresários vêm alcançando nessa área do agronegócio. Com 80 páginas e impressa em papel chouché, a revista ocupa todos os estandes das empresas brasileiras na Fruit Logistica. Para algumas dessas empresas a publicação chega a ser a sua principal folheteria. E como todos os textos estão impressos em português, inglês e alemão, há um claro interesse dos que visitam os estandes.
Para o empresário e pesquisador francês Régis Molenat, gerente da Sarl Arc En Ciel - que produz tomate, oliva e uva para vinho na região de Provence - o conteúdo da revista Frutos do Ceará interessa a ele por dois motivos: primeiro, porque mostra que no Nordeste do Brasil há uma fruticultura de alto padrão; segundo, porque, como ele já mantém contato com o Ceará, para onde viajará de novo no próximo dia 17, "fico atualizado sobre a área de minha atuação".
Molenat está há um ano prestando consultoria a empresários cearenses do agronegócio que investem em pesquisa para a produção de tomate na serra da Ibiapaba. Na sua próxima visita ao Ceará, terá encontros com novos empresários interessados em desenvolver essas pesquisas com algumas variedades de tomate.
Tecnologia
Por sua vez, Claire Simon, também francesa, responsável pelo setor de exportação da Savéol - uma cooperativa com 150 produtores associados que produzem tomate na Bretanha, no Oeste da França, e em Provence, no Sul - também manuseou a revista, detendo-se na reportagem que aborda as pesquisas que o Ceará empreende para cultivar maçã, pera, figo, cacau e tomate. "É bom saber que os empresários do Ceará investem em pesquisa, pois sem ela fica mais difícil de fazer uma agricultura tecnologicamente moderna", disse. No estande da Agrícola Famosa, o diretor comercial, Carlo Porro, e executivos entregam exemplares da revista aos clientes. (ES)
Fonte: Diário do Nordeste
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