sexta-feira, 7 de setembro de 2012

CE terá até R$ 60 mi para combater efeitos da seca

Dinheiro faz parte de um aporte de R$ 500 mi anunciados ontem pelo Ministério da Integração e operados pelo BNB
Os produtores cearenses dos 174 municípios onde já foi decretado estado de emergência, por conta da seca que assola a região Nordeste, deverão contar com até R$ 60 milhões para ajudá-los a manter a produção neste ano. O dinheiro é proveniente dos R$ 500 milhões de aporte para o crédito emergencial anunciados ontem pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e devem ser operacionalizados pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) até o fim de 2012.



Ministro destacou que o montante divulgado por ele deve somar R$ 1,5 bilhão destinado ao combate aos efeitos da estiagem na região Nordeste Foto: Alex Costa

"Assinei o referendo para isto ontem (quarta-feira, 5) com autorização da presidente Dilma (Roussef) e, agora, o BNB deverá contar com R$ 1,5 bilhão para o crédito emergencial", discursou o ministro durante a posse do novo presidente do BNB, na tarde de ontem.

A soma feita por Bezerra Coelho diz respeito ao R$ 1 bilhão destinado para o mesmo fim, também para combater as dificuldade proporcionadas pela seca, ainda em maio deste ano e, dos quais, os produtores cearenses já receberam R$ 70 milhões, de acordo com o superintendente da instituição no Ceará, Rivônio Moraes.

Este montante, segundo ele, foi operacionalizado através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e créditos para pequena e microempresa. Ele ainda ressaltou o anúncio do ministro como um reflexo da "positividade do banco", constituída pelo clima da posse. "O sentimento é de motivação e de muitas notícias boas para o banco e, em consequência, para nós do Ceará, que também estamos no mesmo rumo", afirmou.

Estado de emergência no CE

De acordo com levantamento da Defesa Civil do Estado publicado "com frequência" no Diário Oficial da União, o Ceará apresenta atualmente 174, dos 184 municípios do Estado, onde as Prefeituras decretaram estado de emergência por conta da falta de água potável.

O número informado pelo coordenador do órgão, coronel Helson Queiroz, ainda evidencia que mais de 90% das cidades cearenses encontram-se com dificuldades de abastecimento, o que acaba por refletir diretamente na produção agropecuária destas cidades.

Concorrência na região

Para dividir os R$ 500 milhões que entram na conta do BNB destinados a combater os problemas causados pela falta de água, o superintendente de Agricultura Familiar e Microfinanças do BNB, Luis Sérgio Farias Machado, apontou o estado da Bahia como o destino de maior parte do montante anunciado pelo ministro. Na análise dele, os produtores familiares e pequenos produtores baianos são maioria na região Nordeste por terem em seu Estado o maior número de municípios em estado de emergência devido à seca.

Já na disputa pela segunda maior parte dos R$ 500 milhões no ranking dramático da falta de água devem estar, segundo Machado, Ceará e Pernambuco.

"Esse pessoal é o mais necessitado de custeio para aquisição de ração e milho para os seus animais não padecerem, e também para fortalecimento da estrutura hídrica, como poços e aquedutos", defendeu.

Carência e conquista
O superintendente ressaltou que a quantia inicial de R$ 1 bilhão acabaria em outubro, pois "R$ 600 milhões já foram aplicados e já tinham, em casa, uma demanda de outros R$ 200 milhões para este ano". Daí, o aporte adicional deverá entrar para ajudar os produtores durante os dois outros meses do ano, novembro e dezembro.

Como forma de conquistar este adicional do governo federal, Machado contou do esforço para disponibilizar financiamentos aos produtores e também dos resultados obtidos com isso.

"Como os resultados superaram todas as expectativas dada a prioridade que foi dada pelo banco, então, o governo federal, pelo Ministério da Integração, está submetendo mais recursos, que sai do Fundo Constitucional", destacou o superintendente.

Os financiamentos contratados pelos produtores desse dinheiro, segundo ele, têm juros de 1% ao ano para o produtor familiar e de 3,5% para o grande produtor. (AOL) 
Fonte: Diário do Nordeste

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