segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cidades estão sem abastecimento

Limoeiro do Norte Mais prefeituras continuam solicitando ajuda para enfrentar o problema da seca. Até hoje, 168 municípios tiveram os decretos de situação de emergência reconhecidos pela coordenação estadual de Defesa Civil. Além disso, são feitos pedidos que vão de carros-pipa a colchonetes. Foram solicitadas até agora 65 mil cestas básicas, mas o grande atendimento é em abastecimento de água. Quiterianópolis foi a primeira a entrar em colapso de fornecimento de água. Até ontem, 58 cidades solicitaram atendimento de carros-pipa.

A seca piorou a situação que já não ia bem nas cidades, mas há também problemas antigos municipais colocados na lista de consequências da estiagem deste ano, e a Defesa Civil alerta que não atenderá o que não estiver caracterizado nas ações emergenciais do órgão.


As famílias do interior do Ceará estão sofrendo com a falta de água. A seca atingiu também a agricultura, que neste ano foi a mais severa para os produtores rurais, diante da irregularidade espacial e temporal da estação FOTO: ANTÔNIO VICELMO

O coronel Elson de Queiroz está em Brasília (DF) apresentando o grupo de trabalho das ações de enfrentamento à seca no Ceará. Vai solicitar recursos para abastecimento de água e projetos de convivência com a seca. Em sua pasta, a conta de que já falta abastecimento de água na sede de alguns municípios (seriam ao menos três cidades, das quais só Quiterianópolis foi confirmada à reportagem).

É praticamente o Ceará inteiro em situação de emergência. A seca representa a falta de água, que já é um alimento, e a produção de outros alimentos, que além de tudo geram emprego e renda. A situação se torna ainda mais crítica quando falta água para as atividades básicas, não só no campo como na zona urbana. Em 2012, abastecimento com carros-pipas não é mazela só de comunidade rural. A população urbana de Quiterianópolis já não consegue mais receber água do açude e entrou em colapso do abastecimento. Esse é o medo de dezenas de outros municípios que dependem, sobretudo, de pequenos açudes, os primeiros a secar.

Ao menos 137 municípios entraram em contato com a Defesa Civil pedindo de cestas básicas a colchonetes, redes, lençóis e ripas de madeira. A solicitação desses utensílios é comum em período de cheias provocadas pelas chuvas. O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Elson de Queiroz, disse que, a princípio, esse tipo de demanda não será atendido. "Não caracteriza o tipo de desastre que estamos sofrendo nem a ação emergencial que estamos desenvolvendo. Até as cestas básicas evitamos repassar, porque a orientação dos governos Estadual e Federal é de que o repasse será em recursos (financeiros) por meio de programas já existentes para essa finalidade, como o programa de combate à estiagem, o seguro-safra e o Brasil Carinhoso, lançado recentemente pela presidente Dilma", pontua.

Para o coronel Elson, municípios estariam aproveitando as demandas antigas para solicitar em meio à situação verificada neste ano. "Materiais como colchonetes, lençóis e madeira só serão fornecidos numa situação em que houve deslocamento de uma população para onde existe água. Isso sendo comprovado, atendemos, mas não é o que temos visto na realidade", explica.

Açudes
Até ontem, existiam 27 açudes com menos de 30% da capacidade de armazenamento. Para a Secretaria dos Recursos Hídricos, já é situação alarmante, tendo em vista que açudes com esse nível de armazenamento tendem a comprovar colapso até o final do ano, quando não bem antes disso.

Mais informações:

Defesa Civil do Estado do Ceará
Telefone:
(85) 3101.4571
Cogerh:
(85) 3218.7020

MELQUÍADES JUNIORREPÓRTER

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