Este ano, já foram 8.981 casos de retenções de cédulas inválidas em todo o Estado, de acordo com números do Banco Central
A experiência de dez anos como bancário não blindou Francisco Clodomi de Sousa, 50, do risco de receber notas falsas. Afastado das atividades do banco, hoje ele se dedica ao comércio e, nele, já foi prejudicado pela falta de uma atenção mais apurada. “É horrível, é um perigo, você precisa ficar atento, senão é uma falha sua que gera um prejuízo sem nenhuma cobertura”, adverte.
De acordo com seu Francisco, a maioria dos seus clientes não costuma observar as notas como deveriam. “Alerto meus funcionários não só a prestar atenção nos elementos de segurança do dinheiro, como também a orientar as pessoas. Principalmente, sobre essas cédulas novas”, ressalta.
Seu Francisco pensa e age certo. A quadrilha que fabricava dinheiro falso em Fortaleza e foi desarticulada pela Polícia Federal na última terça-feira, produzia, principalmente notas de R$ 50 e R$ 100, da nova família. E o motivo da preferência pelas cédulas respalda-se na dificuldade de boa parte das pessoas para reconhecer a veracidade das notas, que começaram a circular há um ano.
Em 2011, com números mensurados até novembro, as estatísticas de falsificação do Banco Central revelam que o Ceará é o 10º estado brasileiro na ocorrência de notas falsas, com 8.981 retenções. As novas notas de R$ 50 são os maiores alvos dos falsificadores, gerando, por consequência, o maior número de vítimas: são 3.374 casos identificados no Estado. Até agora, em todo o Brasil, foram 312.668.
Não existem dados mais específicos sobre as ocorrências em Fortaleza, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra. De acordo com o superintende da Super Rede, maior rede de supermercados do Ceará, Paulo Ângelo Cardillo, os casos de notas falsas, ainda que não contabilizadas, vêm se mostrando menores a cada ano, pelo esforço no treinamento dos profissionais que trabalham diretamente com as quantias pagas pelo cliente.
Informe-se
As dúvidas da população ainda se situam no desconhecimento para saber identificar e como proceder em casos de enganação. O chefe do setor técnico-científico da superintendência regional da PF, Maurício Proença, diz que se apropriar de todas as informações possíveis a fim de se precaver é a forma mais eficiente de se livrar dos prejuízos das cédulas falsas. “Se você não ficar atento antes de receber a nota, depois não poderá mais voltar atrás”.
O perito diz que o reconhecimento da falsificação por cidadãos comuns é possível quando bem informado. Ele reforça a necessidade da notificação na delegacia ou na PF, no caso de já ter adquirido a nota sem validade. “É importante para facilitar nossos processos investigativos”.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Na terça-feira, a PF deflagrou a Operação Mustache, que desarticulou quadrilha especializada em fabricar e disseminar dinheiro falso pelo Brasil. De acordo com a PF, a fábrica que abastecia os seis acusados presos e funcionava em Fortaleza, produzia cerca de 20% de todas as cédulas falsas que circulavam no Brasil.Saiba mais
Como proceder em caso de identificação da nota falsa:
A análise, principalmente, em notas de R$ 50 e R$ 100 das novas cédulas, deve ser feita ainda na presença do emissor. Caso seja identificada, recusar a nota.
Se a identificação ocorrer longe do emissor, a orientação da PF é proceder com o registro de um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia mais próxima. Pode-se, também, levar a nota diretamente à sede da Superintendência Regional da Polícia Federal (Rua Dr. Laudelino Coelho, 55, Bairro de Fátima). A notificação é importante para fins de investigação.
Jamais tentar repassar a nota a terceiros, diante da constatação de falsificação. A PF alerta que a ação é criminosa. Uma vez de posse da nota falsa, não há como remediar o prejuízo a quem a recebeu.
Polícia Federal: (85) 3392 4900
Banco Central: www.bcb.gov.brFonte: Superintendência Regional da Polícia Federal
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