domingo, 27 de novembro de 2011

PCdoB tem interesse em acordo com o PMDB

Senador Inácio Arruda, na tribuna do Senado Federal onde
representa o Ceará desde o início de 2007
AGÊNCIA SENADO
Candidatura própria, na Capital, também tem a finalidade de garantir mais espaços no maior colégio eleitoral do Ceará

O senador Inácio Arruda (PCdoB) só será candidato a prefeito de Fortaleza se o seu partido conseguir fechar uma coligação capaz de garantir um bom tempo para a propaganda eleitoral no rádio e na televisão. O PCdoB só, com apenas alguns segundos para a aparição do seu candidato, inviabiliza a pretensão do senador, embora não a da sua agremiação, nos certificou um dos seus correligionários.

O tempo reservado aos partidos, no curso da campanha eleitoral, definido no Calendário elaborado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), hoje, indiscutivelmente, passou a ser o principal vetor de ligação entre os partidos, muito além das qualidades dos próprios candidatos, exatamente pelo fato da não existência de compromissos dos responsáveis pelas indicações dos postulantes aos cargos executivos, no próximo ano, os de prefeitos municipais, de escolherem os melhores nomes para a gestão municipal.

Vaga de senador

O PCdoB, pelo dizer de um dos seus importantes quadros, corroborando com análise feita por alguns peemedebistas menos interessados em ter um candidato a prefeito de Fortaleza, em 2012, quer ter o PMDB como parceiro de uma provável candidatura de Inácio Arruda, acertando, de já, uma aliança para votar no candidato a governador indicado por aquela sigla, em 2014, sem se falar no fato de a vaga de senador, hoje ocupada por Inácio, no caso de ele ser eleito prefeito, ficar com o PMDB, a quem é filiado Raimundo Noronha Filho, o primeiro suplente de Inácio.

Como uma das três maiores agremiações brasileiras, o PMDB tem o tempo de rádio e televisão utilíssimos a qualquer pretenso postulante à Prefeitura da Capital cearense, por isso cobiçado pelos defensores da pretensão do senador do PCdoB.

A palavra impossível não consta do dicionário da linguagem do universo da política. Os testemunhos registrados ao longo dos anos dão veracidade a tal assertiva. Mas é improvável, no quadro atual, participar o PMDB, presidido pelo senador Eunício Oliveira, de um palanque no qual não esteja o governador Cid Gomes (PSB). O entendimento dos dois é para estarem juntos, defendendo um mesmo aliado disputando o lugar hoje ocupado pela prefeita Luizianne Lins (PT).

Sem apoio

Inácio Arruda vai estar com o seu nome posto em discussão até quando existir a possibilidade de garantir um parceiro, com o tempo necessário a fazer sua campanha no rádio e na televisão. É importante para ele e seu partido, estar entre os candidatos à Prefeitura de Fortaleza, no próximo ano, posto saber não ter como disputar uma reeleição, em 2014, com o apoio da estrutura que o elegeu em 2006. O governador Cid Gomes (PSB) será ou terá um candidato a apontar para a disputa da única vaga de senador a ser eleito naquela oportunidade. E em apontando, o nome será de um daqueles entranhados ao seu grupo.

Só após resultarem infrutíferas todas as tentativas de consolidação da postulação de Inácio, o partido, para poupá-lo de um vexame da disputa pela Prefeitura da Capital, apresentará um outro filiado. O PCdoB, embora no Ceará conte com um senador, dois deputados federais (Chico Lopes e João Ananias) e um deputado estadual (Lula Morais), na Câmara Municipal de Fortaleza só tem um representante (Eliana Gomes). Esta realidade, incômoda para os seus integrantes, fortalece a ideia de ter um candidato próprio nas eleições do próximo ano, a fim de melhorar sua performance no maior colégio eleitoral do Estado, quanto à votação para os cargos da esfera municipal.

Na preparação de uma candidatura, o PCdoB já anunciou, inclusive, a saída de seus representantes na administração da prefeita Luizianne Lins, embora, oficialmente, o partido ainda não tenha conversado com a direção petista sobre sua decisão de ter candidato próprio à sucessão da prefeita.

A propósito, nenhuma das lideranças políticas que integram hoje a base de sustentação dos governos municipal, na Capital e o estadual, tratou sobre eleições municipais de 2014, embora representantes de todos os partidos tenham manifestado posições em defesa de postulações de suas preferências dentro das próprias agremiações partidárias.

EDISON SILVA
EDITOR DE POLÍTICA
Fonte: Diário do Nordeste

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