sexta-feira, 18 de novembro de 2011

IBGE revela um Brasil em transformação


ImageNosso país está em transformação. É o que revelam os Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico de 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Várias áreas revelam avanços importantes, mas o país ainda tem dívidas sérias para com sua população.

Entre os avanços, está um movimento comum a todos os países em desenvolvimento: as mulheres estão tendo menos filhos.  Em 2000, a média de filhos por mulher era 2,38 e, em 2010, caiu para 1,86. A queda ocorreu em todas as regiões do Brasil. O censo nos leva a comemorar outro indicador. Há um recuo na gravidez precoce. Caiu a proporção de nascimentos entre as mulheres mais jovens. Em 2000, 19% dos nascimentos ocorriam na faixa etária de 15 a 19 anos e 29% na de 20 a 24 anos. Esses percentuais foram reduzidos a 18% e 27%, respectivamente.

Ainda assim, é necessário avançarmos mais na universalização da educação média, como, aliás, vem fazendo o governo federal, inclusive com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). Formação e alternativas profissionalizantes para nossos jovens são fortes aliados para a melhoria de vários outros índices sociais. O ritmo desses avanços segue firme, ainda que as demandas sejam antigas e urgentes. O censo aponta que a proporção de crianças e jovens fora da escola caiu na década passada. De 7 a 14 anos, a queda foi de 5,5% para 3,1%. Na faixa etária de 15 a 17 anos foi de 22,3% para 16,7%.

Luz em 98% dos lares
O IBGE identificou que 98% dos lares brasileiros contam com energia. Falta-nos atingir os 2% restantes, exatamente onde o desafio é maior, dado à dificuldade de acesso a esses locais. É aqui onde o programa Luz para Todos, iniciado no governo o ex-presidente Lula, ganha importância.

No entanto, nem tudo são flores. O analfabetismo, uma chaga inadmissível, até que caiu no Brasil, mas ainda é mais alto que no Zimbábue. Entre os brasileiros com 15 anos ou mais, foi reduzido de 13,63% em 2000 para 9,6% em 2010. O pior quadro está nos municípios com até 50 mil habitantes na região Nordeste, onde 28% desses jovens não sabem ler ou escrever.  Outro viés, que mostra o quanto precisamos avançar nas políticas afirmativas diz respeito às estatísticas dos  analfabetos entre negros (14,4%) e pardos (13,0%), quase o triplo dos brancos (5,9%).

O IBGE informa também a difícil situação dos municípios. O que, aliás, comprova o que venho dizendo aqui, neste blog. Já era hora de os governos em todas as suas instâncias terem resolvido a questão do lixo. Ainda convivemos com uma situação em que apenas 61,8% dos domicílios contam com saneamento adequado: ou seja, estão ligados à rede de esgoto ou fossa séptica, com água proveniente de rede de abastecimento e lixo coletado. Claro, houve conquistas. Eram  45,3% em 1991. Mas nas cidades com até 5 mil habitantes, em 2010, as taxas ainda patinavam em ínfimos 30,8%. O indicador contrasta com as cidades com mais de 500 mil habitantes, nas quais os percentuais que eram de 73,6% em 1991, e aumentaram para 82,5% no ano passado.

Já era hora!

Em suma, o que podemos concluir aqui é que os governos já deveriam ter equacionado – em nível nacional – os problemas de lixo e do analfabetismo. Nada justificam os índices que o país ainda detém nessas áreas, ainda que tenhamos registrados avanços. Esses dois casos são tipicamente sintomas de falta de política pública. Não têm justificativas.

Fonte:Blog do Zé Dirceu
http://www.zedirceu.com.br

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