terça-feira, 25 de outubro de 2011

Onda gigante no Brasil - Uma lenda ou uma realidade?


O tsunami que atingiu a costa do Japão, no dia 11 de março deste ano, assustou o mundo. No total, cerca de 15 mil pessoas perderam a vida em um desastre gerado por um terremoto de nove graus na escala Richter, que teve seu epicentro há 130 km da costa leste da península de Oshika, na região de Tohoku. Depois desta catástrofe natural, considerada uma das maiores da história, estudiosos fazem análises e projeções de outros possíveis registros de ondas gigantes atingindo povoadas faixas litorâneas.
O grande questionamento é: um desastre desta magnitude poderia acontecer no litoral brasileiro? E no Nordeste? As respostas não preocupam, mas alertam. “No Brasil, é pouco provável que um mega tsunami ocorra, mas é impossível prever o que a natureza pode nos oferecer”. Esta foi a constatação do chefe do Laboratório de Sismologia da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), professor Francisco Brandão, durante a palestra “Onda Gigante no Litoral Brasileiro. É Possível?”, que fez parte da programação do I Fórum Ceará faz Ciência, ocorrido nos últimos dias 17 e 18, no Centro Cultural Dragão do Mar.
Apesar de o País estar praticamente livre de sofrer um impacto natural deste tipo, o professor revelou que pequenas ondulações na costa nordestina, originárias de ocorrências sismológicas, já foram registradas ao longo dos tempos, porém, sem danos consideráveis. O principal deles foi consequência de um terremoto, ocorrido em 1755, na região do Dorsal Azores-Gibralter, em Portugal, que gerou ondas de um metro no litoral nordestino.
“Como já foram registradas ocorrências de ondulações características de abalos sísmicos, de certa forma, é para nos preocuparmos. Mas também existem muitas pessoas não especializadas divulgando falsas informações. O nosso papel é desmitificar essas histórias e passar para a população as informações verdadeiras”, explicou o professor, refutando previsões de alguns videntes brasileiros, acreditando que uma onda gigante irá varrer as cidades litorâneas no final de 2012.
Segundo ele, as probabilidades de uma catástrofe natural semelhante a da costa japonesa são improváveis devida às características diferentes das placas tectônicas continentais. O professor explicou que as placas da América do Sul e da África movimentam-se de forma horizontal, não gerando deslocamento de água necessário para a ocorrência de Tsunamis. “No Japão, as placas estão em constante colisão. No Oceano Atlântico o que ocorre é o afastamento dos continentes”.
NO CAMINHO DA MEGA ONDA
Por outro lado, o chefe do Cetec ressaltou que o litoral nordeste da América do Sul, como toda a costa americana banhada pelo oceano Atlântico estão na rota de uma possível onda gigante que poderá ser criada com o deslocamento da face ocidental do vulcão Cumbre Vieja, localizado na ilha de Las Palmas, no arquipélago das Canárias (Espanha). Desde 1071, quando foi observada sua última erupção, o vulcão encontra-se sob monitoramento constante pelo fato de haver falhas na estrutura da ilha que o sustenta. Isso implicaria numa possível catástrofe, caso ocorra uma forte erupção, causando o colapso ou desmoronamento desta ilha no leito oceânico, provocando um super terremoto e a formação de um megatsunami de caráter global.
“É impossível prever se isso irá realmente acontecer ou quando irá acontecer. Também não podemos definir quais seriam as reais consequências deste desastre já que não sabemos qual será o verdadeiro tamanho do desmoronamento e nem a altura das ondas que chegariam ao nosso continente. Mas estudos revelam que, se isso vier a acontecer, as ondas levariam cerca de seis horas para chegarem ao Brasil”.

Fonte: http://www.oestadoce.com.br
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