Tipo mais grave da doença põe Saúde em alerta no CE

Profissionais da saúde começam a ser capacitados sobre o diagnóstico e o
tratamento da doença

O tipo de maior p oder de disseminação da meningite circula pelo Ceará em larga escala e põe em alerta as gestões municipais e estadual da saúde. Em seis meses e meio, 37 pessoas foram infectadas e 12 morreram. O número de doentes equivale a 74% das habituais 50 notificações registradas, em média, durante um ano inteiro no Estado.

Gravidade que fez mobilizações serem realizadas pelo Governo na tentativa de conter o avanço da bactéria geradora do tipo C da meningite meningocócica. Esse é o perfil mais propenso à epidemia, especialmente em Fortaleza. Dos 37 doentes, 29 moravam na Capital, que teve registros em todas as regionais. Dos 12 óbitos, dez ocorreram em Fortaleza, também em todas as regionais. As demais mortes ocorreram em Moraújo e Maranguape.

Ontem, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) realizou, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), oficina clínica com médicos de hospitais e PSF. Foi a segunda etapa de um trabalho iniciado na última sexta-feira, 15.

Cem profissionais foram atualizados no tocante ao diagnóstico e tratamento da doença. “Existe vacina desde 2005. Mas não deu tempo de imunizar toda a população. Logo, há chance de surto se cuidados não forem tomados”, diz o coordenador de proteção e promoção à saúde da Sesa, Manoel Fonseca.

Por isso, quanto mais precoce for o diagnóstico, mais chances tem o paciente de escapar. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça e vômito. Se o caso for grave, rigidez de nuca e hematomas na pele também aparecem.

E precisam de cuidado imediato. Em até 48 horas, a meningocócica pode matar. “Com os outros tipos, você pode ficar surdo, por exemplo. Mas a meningocócica não deixa sequelas. Ou você se cura ou morre”, sentencia o médico do Hospital São José, Antônio Afonso Lima.

ENTENDA A NOTÍCIA

A capacitação dos profissionais da saúde é fundamental para o diagnóstico precoce. Por isso, Sesa e SMS projetam cursos voltados a enfermeiras, que têm o primeiro contato com o paciente. Atividades estão em estudo e devem acontecer ainda esta semana.

SAIBA MAIS 

Segundo o médico Antônio Afonso Bezerra Lima, as vacinas que imunizam contra o tipo C da meningite meningocócica só estão disponíveis na rede privada de saúde.

 

A meningite é transmitida via oral por gotículas e secreções a partir de contatos próximos ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.

 

Conheça os sinais da meningocococemia: febre, dores articulares e/ou dores no corpo, aparecimento de petéquias (manchas).

 

De acordo com a Sesa, a maioria dos doentes deste ano é adolescente ou adulto.

 

Em recém-nascidos, os sintomas diferem dos adultos. Há também irritabilidade da criança e alterações na moleira.

Enquanto o tipo C avança este ano, a Sesa assegura que os demais tipos de meningite, menos letais ao ser humano, estão decaindo.

 

Conforme Manoel Fonseca, o boletim epidemiológico desta semana não registrou nenhum caso. Por isso, ainda não se pode falar em epidemia em Fortaleza.

 

Ele alerta que não basta tratar apenas o paciente. Quem teve contato com ele durante quatro horas, mora, trabalha ou estuda na mesma sala também precisa ser submetido a tratamento.

 

A orientação é procurar um médico tão logo os sintomas sejam detectados.

 

Ranking em Fortaleza: SER V (8 doentes), SER VI (6), SER II (5), SER I (4), SER III (3) e SER IV (3). Mortes: SER I (2), SER III (2), SER V (2), SER VI (2), SER I (1) e SER IV (1).

Bruno de Castro 
brunobrito@opovo.com.br

Fonte:http://www.opovo.com.br