sábado, 29 de dezembro de 2012

José Dirceu afirma que 2012 foi o ano da farsa

Ele acusa o Supremo de ter "trilhado o caminho do julgamento eminentemente político"
Brasília
 Condenado a 10 anos e 10 meses de prisão no processo do mensalão, o ex-ministro José Dirceu afirmou em artigo divulgado, ontem, que 2012 foi o ano da "concretização de uma farsa político-jurídica e midiática".
O ex-ministro criticou o relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, afirmando que ele foi forjado como herói pela mídia FOTO: AGENCIA BRASIL

No texto, publicado no site do jornal "O Globo", ele acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de ter "trilhado o caminho do julgamento eminentemente político" e volta a dizer que foi condenado sem provas.

"Nessa esteira, cometeu-se toda a sorte de inovações jurídicas: do ineditismo de um julgamento com dezenas de réus sem a possibilidade de duplo grau de jurisdição à utilização parcial de uma teoria jurídica para a dispensa de provas, na qual o próprio autor apontou equívocos de interpretação em sua adoção", disse.

Dirceu critica também o relator da ação, ministro Joaquim Barbosa. "Forjou-se um herói nacional, não pelas massas e movimentos sociais, mas das letras e imagens midiáticas".

Segundo Dirceu, o objetivo dessa "farsa" era "atingir o projeto de desenvolvimento do País iniciado com a chegada do companheiro Lula à Presidência da República".

Ele diz que os objetivos só seriam alcançados com um "desfecho pré-conhecido": "minha condenação como mentor de um inexistente esquema de compra de votos no Congresso Nacional".

O ex-ministro afirma também que os meios de comunicação - que diz serem um "poder sob forte monopólio e ainda controlado pelas velhas oligarquias"- pressionaram o Judiciário para ele "exibisse ao país a prova incontestável de que a era da impunidade acabou". O petista criticou ainda a data do julgamento, cujo início coincidiu com o período eleitoral, e voltou a dizer que não existiu "relação entre o voto parlamentar e o suposto ato da compra desse mesmo voto".

Ele encerra o texto dizendo que seguirá lutando para provar sua inocência. "Após o ano da concretização de uma farsa, que 2013 seja o ano do ressurgimento da verdade".

Complexo

"Vocês nunca mais vão ouvir falar de uma ação tão longa, de um julgamento tão complexo". Foram com essas palavras que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, encerrou o julgamento do mensalão, após mais de quatro meses de trabalho.

Além do grande impacto político, a complexidade da Ação Penal 470 vem da própria estrutura do processo. Com 40 réus, a ação produziu mais de 50 mil páginas e demandou a oitiva de 600 testemunhas. O julgamento durou 53 sessões e consumiu 204 horas do plenário. 
Fonte: Diário do Nordeste

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