O deputado estadual Téo Menezes (PSDB) nega irregularidades no trabalho das associações. Ele defende ainda que seu pai, Teodorico Menezes, presidente do TCE já estava com férias programadas
Depois de uma semana desde que o escândalo dos banheiros veio à tona, o deputado estadual Téo Menezes (PSDB) rompe o silêncio. Ele defende a atuação das associações contratadas para a construção dos kits sanitários e diz que todos os banheiros estão lá.
O POVO - Deputado, o senhor tem acompanhado a polêmica? O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Téo Menezes - O que eu tenho visto de início é que as matérias têm sido um pouco maldosas. A Associação de Pacajus (Sociedade de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância) é antiga.
OP - E os banheiros foram construídos?
TM - Os banheiros estão todos lá.
OP - Mas o Portal da Transparência informa que a Sociedade está inadimplente.
TM - Teve algumas épocas, em que houve alguns contratempos. A Associação vive de parcerias. E sobre isso quem pode responder melhor é o presidente da Associação (Hoje, o presidente é irmão do deputado, Thiago Menezes). E tem os banheiros lá prontos.
OP - Nós visitamos os municípios e o endereço da Sociedade não existe. Moradores do entorno disseram que não conhecem a entidade.
TM - Tem o endereço lá há muitos anos. É porque, realmente, número do Interior é complicado.
OP - Sobre outras associações contratadas para a construção de kits sanitários?
TM - Deixa eu lhe explicar. Essas associações existem e já fazem esse trabalho há bastante tempo. Não é de hoje. Tem fogões ecológicos, doações de cestas básicas, roupas para pessoas carentes, kits sanitários.
OP - Pelo Portal da Transparência, todas as entidades estavam inadimplentes. Nós visitamos os endereços e alguns não batem.
TM - Aí eu não tenho como responder. Esse é um trabalho de investigação do jornal. Essas associações vivem de doações, de prédios alugados, emprestados.
OP - Na semana, o presidente estadual do PSDB, Marcos Cals, disse que acredita que o senhor poderia ter viabilizado os recursos, junto à Secretaria das Cidades. O senhor fez alguma mediação nesse sentido?
TM - Eu acho que são declarações de candidato derrotado.
OP - Ele estaria ressentido porque o senhor apoiou o governador Cid Gomes (PSB) nas últimas eleições?
TM - Ele mesmo era apoiador de Cid Gomes até o dia da eleição. Um dia antes, recebeu proposta do senador (Tasso Jereissati) e fez o que fez.
OP - Com relação aos doadores de campanha? Nós fizemos um levantamento e constatamos que muitos dos seus doadores exercem cargos comissionados no TCE. O senhor considera isso normal?
TM - Me diga uma coisa: você é candidata e tem uma pessoa que é ligada a você. Se você se propõe a encabeçar um projeto e essas pessoas gostam, elas não lhe apoiariam? Eu acredito que apoiariam. Não acontece só com o deputado Téo Menezes. Acontece com todos os deputados.
OP - Então o senhor não vê problema nisso?
TM - Com certeza, não há. Não vejo nenhum problema nisso e a própria lei eleitoral permite isso.
OP - Voltando para as associações, muitas delas começaram a se organizar de improviso, fazendo do fim de semana para cá a construção dos banheiros.
TM - Eu só posso responder que de improviso não pode ser. Porque a Secretaria das Cidades tem parâmetro e a Cagece também tem. (O kit) Não pode ser feito de qualquer jeito. Mas essa outra parte, não tenho como responder. Quem tem que responder é o presidente da associação.
OP - O senhor disse no início da conversa que estava viajando. O senhor estava sabendo das matérias?
TM - Eu estava na minha casa de praia. As coisas aconteceram agora, logo quando a Assembleia entrou de recesso. Retornei agora para me inteirar dos fatos e poder dar uma declaração.
OP - O senhor participou da decisão dele de tirar férias?
TM - Até onde sei, ele já estava com isso programado.
Lucinthya Gomes
lucinthya@opovo.com.br
Fonte:http://www.opovo.com.br
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